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Sonetos de William Shakespeare


Criei uma página no Facebok onde posto minhas traduções de Shakespeare. Minhas e também da minha amiga Angélica Bê. Entre trechos e cenas, gostamos de traduzir os sonetos. Fazemos isso por amor e admiração pela obra de Shakespeare.

Resolvi colocar também no blog alguns sonetos (os textos originais estão no fim da postagem):

Soneto 12

Quando vejo no relógio as horas passando
E o dia ousado afundar em noite de medo
Quando observo o emurchecer das violetas
E os cachos negros prateando-se de branco
Quando vejo as altas árvores sem as folhas
Que antes davam sombra e abrigo ao gado
E o verde trigo do verão atado em feixes
Como cadáveres barbudos nos caixões
Então ponho-me a pensar sobre tua beleza
Que entre os despojos do tempo tu hás de ir
Que as doçuras e belezas se abdicam
E morrem tão depressa como outras crescem
   Nada pode enfrentar a foice do Tempo
   Senão teus filhos, que por ti o desafiam

tradução: Eduardo Miranda e Angélica Bê


Stock Photo

Soneto 18

Eu te comparar a um dia de verão?
Tu és muito mais agradável e tranquilo
Ventos rojam as mimosas flores de Maio
E o verão passa mesquinho e vai-se embora

O olho do céu às vezes brilha muito quente
Sua tez dourada com frequência empalidece
Toda delícia que nos brinda ele retoma
A natureza segue o curso e muda tudo

Mas o verão que há em ti nunca termina
Nunca se esgota esse teu dom de ser alegre
Nem mesmo a Morte vai roubar tal maravilha
Que nunca morram esses versos que são teus

Até que exista ainda alguém e existam olhos
Que possam ler este soneto em que estás vivo

tradução: Angélica Bê e Eduardo Miranda


O túmulo do Poeta.

Soneto 1

Desejamos que as coisas boas proliferem
Que de algum modo as rosas belas nunca morram
E que ao chegar à madureza e à podadura
Ainda possam ser levadas na memória

Mas tu, ciente apenas do brilho dos teus olhos
Alimentas tua chama, só, no próprio fogo
Teimoso em passar fome em meio à abundância
Carrasco de ti mesmo, cruel com tua doçura

Tu que és agora o ornamento deste mundo
E o próprio arauto da esplendente primavera
Se apenas para ti guardares tua semente
Serás teu próprio algoz, estúpido avarento

Tem dó, dá ao mundo, glutão, o que ele pede
Que ele há de comer-te, na cova, para sempre

Tradução: Angélica Bê e Eduardo Miranda

Em breve, postarei mais sonetos. Enquanto isso, o leitor pode visitar Palavra de Shakespeare no Facebook, e curtir a página se gostar.

Originais:

Sonnet 12

When I do count the clock that tells the time,
And see the brave day sunk in hideous night;
When I behold the violet past prime,
And sable curls all silver'd o'er with white;
When lofty trees I see barren of leaves
Which erst from heat did canopy the herd,
And summer's green all girded up in sheaves
Borne on the bier with white and bristly beard,
Then of thy beauty do I question make,
That thou among the wastes of time must go,
Since sweets and beauties do themselves forsake
And die as fast as they see others grow;
   And nothing 'gainst Time's scythe can make defence
   Save breed, to brave him when he takes thee hence.

Sonnet 18

Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date:
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm'd;
And every fair from fair sometime declines,
By chance, or nature's changing course, untrimm'd;
But thy eternal summer shall not fade
Nor lose possession of that fair thou ow'st;
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,
When in eternal lines to time thou grow'st;
    So long as men can breathe or eyes can see,
    So long lives this, and this gives life to thee.

Sonnet 1

From fairest creatures we desire increase,
That thereby beauty's rose might never die,
But as the riper should by time decease,
His tender heir might bear his memory:
But thou, contracted to thine own bright eyes,
Feed'st thy light's flame with self-substantial fuel,
Making a famine where abundance lies,
Thyself thy foe, to thy sweet self too cruel.
Thou that art now the world's fresh ornament
And only herald to the gaudy spring,
Within thine own bud buriest thy content
And, tender churl, makest waste in niggarding.
    Pity the world, or else this glutton be,
    To eat the world's due, by the grave and thee.

***

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